fbpx

Sobre mim

Fiz as pazes com a fotografia e comigo mesmo

Quando criança, eu costumava ir muito ao quintal de casa, ele era enorme, com muitas árvores. Eu passava o dia inventando brincadeiras, correndo com os amigos, observando os pequenos insetos do pomar, e à noite deitava no chão para admirar as estrelas. Explorar e contemplar. Tudo parecia fazer sentido.


Eu entrei para o curso de Desenvolvimento de Sistemas na faculdade, e dentro dele acabei me identificando mais com a área de webdesigner. Mas algo me incomodava muito: o fato de eu gastar muito tempo procurando boas fotos na internet para compor os layouts dos meus sites. Então, pensei… E se eu comprar uma câmera e eu mesmo fazer essas fotos? Foi exatamente o que eu fiz.

Uma pergunta inesperada

Depois de dois anos de muitos sites e fotografias, alguém me pergunta: “Quanto você cobra pra fotografar um casamento?” Me surpreendi, pois não havia qualquer relação com o que eu fazia, mas vi ali uma oportunidade de fazer dinheiro, com algo que eu amava: fotografar. Depois do primeiro, estive na fotografia de casamento por, aproximadamente, dez anos da minha vida.

Viajei para congressos e workshops em outros estados, onde palestraram excelentes fotógrafos de várias partes do mundo, li vários livros de fotografia, não apenas de casamento. Adquiri muito conhecimento e, modéstia parte, me tornei muito bom no que eu fazia. Fotografamos por todo o Pará, em São Paulo e também em Portugal.

Dor

Foi uma fase cheia de aventuras, mas por conta delas, e por causa das longas horas de pé, desenvolvi uma inflamação nos pés, precisei diminuir o ritmo e fotografar foi se tornando sinônimo de dor, com hora e data marcada. O encanto foi passando, daquilo que achei que seria a minha profissão até o fim da vida. Então me afastei da fotografia, a ponto de não gostar nem de pegar na câmera.

Montei dois modelos de negócio e uma pesquisa (até hoje tenho minhas dúvidas se essa foi uma boa ideia, rsrs.): O que vocês acham que daria mais certo, uma hamburgueria ou uma molduraria?”. 

Quase todos falaram que o ramo da alimentação era melhor, e traria retorno mais rápido. Na condição de pai de família, eu estava correndo contra o tempo… Foi então que eu segui esse caminho, mesmo não sendo o que estava de fato, no meu coração.

Ela trouxe mesmo retorno mais rápido, foram quatro anos cheios de aprendizados, algumas alegrias, mas muitas frustrações. E por fim quando minha esposa me percebeu (digo isso porque eu mesmo não me percebi) semi depressivo, me orientou a fechar a hamburgueria. Eu refleti, e assim fiz.

Vida

Eu estava sem vontade de sonhar, planejar e sem a mínima noção do que faria da vida, não tinha mais vontade de nada. Estive por quase um ano nessa condição.

Tive tempo para refletir muito sobre os caminhos que me levaram até aquele momento. E depois de muitas conversas com minha esposa, com meu Deus, e comigo mesmo eu decidi que não faria mais aquilo que agradaria os outros, decidi que não seria mais “empurrado” para onde eu não queria ir. Decidi que faria aquilo que Deus tinha plantado em meu coração.

O que Ele tinha para mim? Especificamente para mim.

Ele me fez lembrar do espírito contemplativo que sempre esteve em mim desde a infância. Contemplar a vida que Ele dá, a beleza do que Ele faz, é de fato o que traz, para mim, a paz que excede todo entendimento.

Foi o que eu decidi fazer da minha vida, registrar novamente aquilo que me encanta, que acho maravilhoso, a natureza, o céu, as cores, o movimento, a criação de Deus.